sábado, 16 de janeiro de 2010

Every breath you take

“Vengo de un prado vacío
un país con el nombre de un río
un edén olvidado
un campo al costado del mar lo”
(Jorge Drexler, Un país con el nombre de un río)

Um país e suas peculiaridades. O Uruguai é um ponto na América, Montevidéu é uma típica cidade periférica do mundo. Agora eu entendo mais dos tais 'Montevideanos' aos quais Benedetti se referia. Um país para se guardar, de uma beleza e de uma educação européia, mas de uma pobreza e uma inflação de dar dó. Meu malabarismo com os zeros da economia deles me deixou sem dinheiro e adiantei minha volta.

Não sei se volto para lá. Quero muito, mas economicamente não vale à pena. Não que a alma seja pequena, é que realmente minha impressão de uma cidade grande num país pequeno me encorajou a seguir escrevendo sobre os contrastes deles, tão nossos que não dá para escapar de uma comparação inevitável. Os uruguaios me lembraram demais os brasileiros. De uma forma que eu repudiei a princípio. Essa é a Suécia da América? Mas eu tinha me esquecido que as coisas ao sul do equador são diferentes.

Pequenez nunca significou pejorativamente nada para mim, no entanto a do Uruguai me assustou. A impressão que eu tive é que todos se conhecem. De onde vem tanta polidez? E a arquitetura? De matar. Um show de arte a cada esquina, as casas se completam e alinham num desenho abrilhantado pelas pichações nos muros, pelos parques, praças e pelos gritos das crianças nas ruas: “Mamá, mamí, Papí”. Um país onde se conversa, sobretudo, que me trouxe com a brisa do mar.

Sugestão de disco: “Neil Young unplugged Mtv”. Um disco poético e musicalmente simples. Vale lembrar que simplicidade é a chave do negócio.