O que você não encontra no gibi,no jornal, nos outros blogs, na tua revista de bairro, no teu disco favorito, no mural de poemas da Letras, e nas bulas de remédio da sua avó.
Algumas pessoas são no mínimo doidas de pedra, você acha que conhece alguém e anos de amizade e convivência vão pelo ralo. É melhor não ligar mesmo, pois o ser humano é um kinder ovo com uma surpresa bem cara dentro e às vezes nada agradável. O melhor que eu faço e voltar à prancheta de desenhos e começar tudo de novo. Às vezes é melhor.
O mundo queima
O mundo fica do lado de fora
A porta
A coisa posta
entreposta
Hermeticamente, o obstáculo
Deve ser físico, assumir-se
Invento. De grão em grão O moinho bate os grãos Farinha, a galinha enche O saco Hermeticamente fechado
O mundo não gira, anda Num ônibus lotado às 5h da manhã O mundo na Avenida Brasil Não respeitou o espaço reservado Mal educado Irrepreensível Raimundo, digo O mundo desceu antes Do ponto No banco quente Quem se achega é Um dos Joãos com um saco cheio De galinhas
Pediram-me para que eu escrevesse um texto sobre o que eu considero que seja um bom professor. Isso me fez questionar, não se eu sou um bom professor, mas que raio sou eu(¿?). Já entro em salas de aula com a função de professor há uns 5 anos (é isso mesmo, pasmem) mas nunca parei para pensar na minha importância, ou se eu tinha alguma, anyway. Bom, nunca me vi como tal, nem gosto que me chamem “pofessooor” (é, mania de velho), ainda mais porque alguns alunos têm a minha idade. Eu sempre escrevi, achei que naturalmente faria isso para o resto do que me resta. Tem sido bem assim, mas não só, tive que dar lugar a outra atividade. O magistério é sim encantador, libertador mas como qualquer outro trabalho deve ser levado a sério. E escrever virou um passatempo sério, assim como a música.
Para a música não há mais salvação, tão pouco para os esportes, sobrou agarrar-me aos livros, lecionar e escrever. A escritura não é lá algo muito valorizado nesse país, bom, pelo menos a séria, o magistério, pelo menos, ainda é visto como uma profissão. Digo ainda porque da maneira como o professor é tratado nesse país, não sei sobrarão muitos professores para futuro. Não faço uma faculdade de licenciaturas, o curso de letras da UFRJ para quem não sabe é de bacharelado, a licenciatura é um adendo que a maioria faz embora não seja obrigatório. Ser Bacharel em Letras é outra coisa muito apreciada nesse país. rs. Agora estou fazendo as disciplinas do curso de licenciatura oferecidas pela Faculdade de Educação da UFRJ. Somente agora começo a pensar seriamente em ser professor.
É claro que como tudo na minha vida essa não será uma profissão a qual me dedicarei exclusivamente, pois farei assim que possível o reingresso para Comunicação Social na Escola de Comunicação da mesma universidade. Ler, escrever e ‘ensinar’ parecem minha sina, se bem que ensinar é deveria ser a de todos nós, mas descobri que ser professor não é para qualquer um, embora muitas escolas mal intencionadas pensem dessa forma. Cinco anos em sala de aula, quatro na Faculdade de letras, sei lá quantos de leituras mil, não sei bem o que me espera, mas sei que não será fácil, nem sempre será divertido, mas eu vou tocando o barco. Como Jornalista, músico, escritor ou professor eu sei que serei antes disso tudo um defensor da boa Educação.
Pra quem não sabe sou aluno do Curso de Bacharel em letras: habilitação Português- Espanhol da Universidade Federal do Rio de Janeiro, estou no oitavo período e começo a prática de ensino no ano seguinte. Trabalho em cinco cursos diferentes e leciono Português, literatura, espanhol e inglês, ainda tenho tempo para desenvolver alguns projetos paralelos relacionados à música e a poesia. Já fui ‘amigo da escola’ e já estudei Latim.
domingo, 2 de novembro de 2008
Hoje é dia de corrida, ontem o Flamengo empatou em casa e eu também, segunda-feira eu tenho aula da Letícia e como sempre ainda não fiz nada do que fora proposto. Ô preguiça. Num dia em que eu não tinha nada pra postar, fiquei pensando sobre a vida e sobre o que passa, inevitavelmenente. Resolvi trabalhar um pouquinho nuns textos e canções inacabadas. Encontrei esta pérola no fundo da minha memória, um poema belíssimo que retrata bem meu 'findesemana'.
Ao desconcerto do Mundo
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.
Eu sempre me pergunto se as coisas acontecem na vida da gente por alguma razão, ou se há essa tal razão das coisas acontecerem. Muitas vezes acho que elas acontecem como as chuvas de verão. E tem chovido pra cacete. Acredito que só o fato de pensar nas coisas já dar mérito demais à elas.
Corri as janelas do meu quarto e liguei o monitor enquanto ouvia “Oh Darling” dos Beatles. Uma canção que realmente toca. Um balde d’água fria num sábado sem graça onde coisas aconteceram sem razão alguma. Eu deveria ter saído, mas por motivos que eu desconheço, fiquei sob a luz da pantalha.
Aí achei este poema que parece não ter ‘nada que ver’ com nada. Mas me lembrou uma conversa que eu tive um dia desses. Beatles, conversas misteriosas e um soneto sem título preenchem a noite. Por acaso, ou por sorte, é minha dúvida eterna.
Estou andando por uma estradinha há dias
E caminho a passos inteligentes
Mesmo que não haja ninguém para ver
As minhas pegadas ficam no chão.
As marcas são de botas e eu ando descalço
As pessoas que não me vêem estão aqui
Minha inteligência nunca foi tão inútil
E eu começo a me cansar
O calor do sol é molhado pela chuva
E não há rua que não inunde
Com a tempestade verdadeiramente bela
O suor escorre pelo meu rosto quente
Eu estou cheio da nudez
!Quero ser gente, não poeta!
Rio de janeiro, 03 de março de 2007.
*’Por Sorte’ é a canção que preenche a faixa 4 do disco que eu estou gravando, isso tem uns anos, mas que um dia sai, há se sai.
Quase letrado, uéfiérrejoteiro, gaiteiro, professor (lo siento), subtitulador, escrevedor de blogs e textos em geral, latino, flamenguista e cantautor que não faz a menor idéia do que quer ser quando crescer...