domingo, 20 de setembro de 2009

Para quem não procurava muito eu achei bastante

Bienal de quê?

Hoje eu fui ao Riocentro, último dia de Bienal. Não havia muitas certezas sobre o que eu estava procurando. Acho que era só mais uma coisa para eu ter o que falar. Eu queria comprar uma gramática da língua portuguesa, um livro de conjugações verbais em espanhol e o original do Cién años de soledad, mas ficava mais barato comprá-los na lojinha da Letras. Nem fiquei chocado. Condescendente de minha posição marginal na bienal, corri para o único lugar onde se era possível encontrar livros de qualidade, a Casa da Cultura.

Além disso, a editora da Folha de São Paulo produzira uns bons e acessíveis ($$$) livros para um cara que acaba de perder algumas turmas, encontra-se com problemas financeiros, mas não quer deixar sua biblioteca parar de crescer. Saldo total da batalha: sete bons livros sem contar a entrada, já que professor (opa!!! quer dizer) instrutor de espanhol, não paga. Cômico, mas ninguém riu além de mim, quando ao entrar fui questionado sobre a aparente precocidade da minha idade em relação a minha profissão

Hoje em dia qualquer um é professor e qualquer um se apodera de um livro, pensei. É, eu sei, sou maior que isso sem precisar me esforçar, mas passei por isso para saber que nessa profissão, que não é a minha, me faço diferir dos colegas por não saber o meu lugar, a tênue distância entre a carteira e o púlpito. Essa minha ignorância me faz um transeunte eficaz na matemática do magistério, do aluno e do leitor. Sim, essa é a minha profissão: Leitor. Hoje eu vi poucos, quase nenhum.

sábado, 19 de setembro de 2009

Enquanto eu não posto nada novo

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

domingo, 6 de setembro de 2009

Maradona y la gente, ¿un amor inquebrantable?*

Será que dá?

“podés hacer un gol,
podés llevar tu luna al cielo
puedes ser un gran campeón
jugar en la Selección
y no tienes un poquito de amor para dar”

Yendo de la cama al living, Charly García

Ontem em Rosário, na Argentina, o Brasil derrotou a seleção da casa por 3x1. O Placar não traduz o que foi a partida mais do que a cara de Don Diego a cada gol dos brasileiros. Atônito, o técnico e ex-craque da seleção Argentina viu um time assustado com a possibilidade de não ir ao mundial e outro comemorando a classificação antecipada em território estrangeiro. É, o Brasil se classificou, quando muitos não acreditavam, inclusive este que vos escreve.

Não sei bem como explicar essa melhora da seleção com a coincidente, ou não, queda de produção de Robinho. Acredito que já está na hora dele esquentar o banco um pouquinho. O que andam dizendo é: “O que importa é que o Brasil está lá (na copa)”. Não. O que importa é que a Argentina ainda não está lá. Mas estará. A Copa do Mundo não teria a menor graça sem algumas seleções. E a dos hermanos é, certamente, uma delas. Me preocupa essa demora a se classificar por parte deles, mas sei que isso vai acontecer, afinal há uma força maior que move o futebol, e ela está apenas fazendo um suspense básico.

A tarefa da Argentina não é impossível, mas vai ser bom acompanhar esse final de eliminatórias para ver a que custo eles iram a África do Sul.

Por falar em tarefa impossível o Flamengo empatou com o Atlético Paranaense. Putz!

* Manchete do periódico argentino EL CLARÍN.