Bienal de quê?
Hoje eu fui ao Riocentro, último dia de Bienal. Não havia muitas certezas sobre o que eu estava procurando. Acho que era só mais uma coisa para eu ter o que falar. Eu queria comprar uma gramática da língua portuguesa, um livro de conjugações verbais em espanhol e o original do Cién años de soledad, mas ficava mais barato comprá-los na lojinha da Letras. Nem fiquei chocado. Condescendente de minha posição marginal na bienal, corri para o único lugar onde se era possível encontrar livros de qualidade, a Casa da Cultura.
Além disso, a editora da Folha de São Paulo produzira uns bons e acessíveis ($$$) livros para um cara que acaba de perder algumas turmas, encontra-se com problemas financeiros, mas não quer deixar sua biblioteca parar de crescer. Saldo total da batalha: sete bons livros sem contar a entrada, já que professor (opa!!! quer dizer) instrutor de espanhol, não paga. Cômico, mas ninguém riu além de mim, quando ao entrar fui questionado sobre a aparente precocidade da minha idade em relação a minha profissão
Hoje em dia qualquer um é professor e qualquer um se apodera de um livro, pensei. É, eu sei, sou maior que isso sem precisar me esforçar, mas passei por isso para saber que nessa profissão, que não é a minha, me faço diferir dos colegas por não saber o meu lugar, a tênue distância entre a carteira e o púlpito. Essa minha ignorância me faz um transeunte eficaz na matemática do magistério, do aluno e do leitor. Sim, essa é a minha profissão: Leitor. Hoje eu vi poucos, quase nenhum.