quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cada um tem a sua Rebeca, a bela

O Poema que segue faz parte da coleção: “20 poemas de amor para ler no metrô”. Eu já postei alguns aqui e agora posto o último que fiz, escrito na sala de estudos da Letras. Acho que é um bom texto para fechar o ano.

Soneto nº 4

Eu não sei até que ponto
A solidão se contrapõe à multidão
Ou até que horas o metrô
Carrega sonhos longínquos

Aos poucos noto que a
Percepção humana é inesgotável
Para o amor e para a dor
Mas não para o óbvio

Está muito claro agora
Que eu não estou aqui
Que lá fora é sempre melhor

É mais certo não rimar
Ficar horas num lugar
Apenas é sempre melhor.

Rio de Janeiro, 07/12/09.

Sugestão de leitura: Cem anos de solidão do GGM. Um livro que, se você for desatento, te distrai, só. García Márquez faz muito mais que propor a fantasia, ele propõe, num resumo muito chulo da minha parte, uma alegoria da América Latina. Um livro obrigatório.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Año nuevo, vida vieja

Ano novo, caderno novo. Pelo menos é assim que eu penso. Hoje passei na papelaria e comprei o meu. Superstições a parte, 2009 tá indo embora e não tem nem como eu dizer que não notei por que eu notei pra caramba. Notei tanto que me esqueci de uma porção de coisas que aconteceram este ano, de tantas que aconteceram. É incrível, que, mesmo faltando poucos dias pra acabar o ano ele ainda me surpreende. Mas não é disso que eu quero falar.
Em 2010/01 (mania de faculdade) eu quero fazer um monte de coisas: Ir aos jogos do Bangu no Carioca, escrever meu pré-projeto e passar no mestrado, terminar Cem anos de solidão, arrumar outra escola pra dar aula, passar na UERJ (quem sabe), assistir todas as partidas da copa e estar preparado para o segundo semestre. Esse sim, vai ser punk rock total, com direito a guitarras quebradas no palco e tudo.
Daqui a duas semanas eu tô longe... ”longe de casa, há mais de uma semana”. É, vou pra terras dos hermanos, não a banda (que todos sabem, eu odeio). Vou ver como é falar de um povo que eu vou escrever por dois anos da minha vida, ver como são os ares, em Bs As e Montevidéu. A passagem tá comprada e a reserva feita e o meu caderno na mochila vai comigo, afinal, superstição agente carrega pra tudo quanto é canto.

Sugestão de leitura: “O guardador de rebanhos” do Alberto Caeiro, a mais sentimental das pessoas do Pessoa. Um livro de um lirismo impecável feito para ser lido da maneira como foi escrito, de uma só vez.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

E o que você fez?


Natal é época de que mesmo? -De gastar dinheiro. Acabei de comprar minha passagem pra Buenos Aires e por isso essa idéia não sai da minha cabeça. Amigo ocultos mil, carro batido, passagens e reservas pra fazer, nem parece que eu juntei dinheiro. Ontem eu fui ao shopping e fazia tempo que eu não via nada tão cheio desde as minhas idas ao Maracanã, e olha que as filas não eram pra comprar ingresso para ver um time quase campeão sagrar-se como tal. Olha que a Leader avisou, e muito, mas não dei bola.

No somatório de pontos, o matemático Gabriel Poeys (parece piada) dá o saldo da batalha este ano. Os pontos estão a meu favor: hexacampeão, bom conceito na UERJ, graduação no bolso, licenciatura também, até o curso que eu fiz no IFCS serviu para alguma coisa. O que me falta para entender o que eu não entendo é questão de tempo, assim como a prova do mestrado (medo) e o resultado da UERJ (nem tanto).

Dia 28 eu encontro a minha orientadora e espero gravar pra sempre a cara dela quando eu disser: - Sim professora eu vou falar de futebol! É, vai ser barra, mas se eu tenho cara é pra dar a tapa, que seja de mulher, então. Tem cd na cabeça e um livro no forno, presentes de natal no armário e algumas histórias deste ano que eu dormi em várias cidades diferentes.

Feliz hanukkah pra todos os que visitam este blog, eu não sou muto fã do natal e tal, mas pra quem gosta tem lá a sua utilidade, nem que seja pra se encher de presente e panetone.

Sugestão de leitura: “Sobre heróis e tumbas” do Ernesto Sábato, um belíssimo Romance de aprendizagem argentino que nesse natal eu presenteei à Wanessa.


sábado, 14 de novembro de 2009

"Cada vez fica mais"

No ar

Corre o sangue dos que jazem
Numa absurda cidade à margem
Dos olhos atentos da grande mãe.
Sobem e descem escadas num rodopio
Em que se nota o repúdio à gravidade
E a toda e qualquer lei dos homens
Vivem tateando os sonhos mortos
Que se desfazem para restar
afinal

Novas vidas são vividas
Já que a sorte aos homens foge
E os sólidos seguem o mesmo rumo.

A morte marca profundamente
Os que nunca olharam para o alto
Que estenderam roupa e se foram
pois não se tem tão somente o nome, mas sorte a consigo.

Ar quente, gente fria, toque o hino
De uma equipe
Toque o ombro tão somente
Mas fique.

Gabriel Macedo Poeys.
Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2009.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sobretudo a etc.

Por mais que eu queira, as idéias me fogem e não há nada que me faça parar por mais de 12 segundos e pensar num texto minimamente digno de ser publicado. 1 segundo de luz, 12 de escuridão, ambos tão opostos que não precisão de aposto para explicar-lhes (perdoem-me o trocadilho). Ando as voltas com leituras mil, trabalhos extenuantes, alunos enlouquecedores e um calor que eu vou te contar. Esse ano eu me formo, mas em que mesmo?

Fiquem com um primor de canção, facilmente encontrável e deliciosa de se ouvir.

La Infidelidad de La Era Informatica


Aquel mensaje que no debió haber leído
Aquel botón que no debió haber pulsado
Aquel consejo torpemente desoído
Aquel espacio, era un espacio privado.

Pero no tuvo ni tendrá la sangre fría,
Ni la mente clara y calculadora,
Y aún creyendo saber en lo que se metía
Abrió una tarde aquella caja de pandora.

Y la obsesión
Desencripta lo críptico
Viola lo mágico
Vence a la máquina;
Y tarde o temprano
Nada es secreto
En los vericuetos
De la informática.

Leyó a mordiscos en un lapso clandestino
Tragando aquel dolor que se le atragantaba,
Sintiendo claramente el riesgo, el desatino
De la pendiente aquella en la que se deslizaba.

Y en tres semanas que parecieron años
Perdió las ganas de dormir y cinco kilos,
Y en flashbacks de celos aún siguen llegando
Las frases que nunca debió haber leído.

Y en esa espiral
La lógica duerme,
Lo atávico al fin
Sale del reposo;
Y no hay contraseña,
Prudencia, ni pin,
Que aguante el embate
De un cracker celoso.


Drexler, Jorge. In: 12 segundos de oscuridad, 2006.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eu dizia que a aritimética!

Esse é o resumo do meu trabalho que será apresentado no "II Encontro da Hispanidade do CEFET/RJ - UnED Nova Friburgo". Um conteúdo um pouco mais acadêmico neste blog aqui. Logo logo voltarei as postagens habituais , por hora fiquem com um texto que foi feito com muitas mãos.


MONTEVIDEANOS DE PAPEL EM UMA MONTEVIDÉU LÍQUIDA:

Repensando as relações de Benedetti a metrópole de la “outra orilla”

Este trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão sobre as relações que se estabelecem entre o livro Montevideanos (1961) de Mario Benedetti (1920-2009) e o cenário sócio-histórico do Uruguai da década de 1950, período em que o livro foi escrito. A obra de Benedetti já mereceu grande atenção dos estudiosos. Por isso, para tentar evitar a redundância, o presente estudo tomará como base um conto do livro específico, Montevideanos, do qual recortará um texto em particular, o relato “El presupuesto”, que abre a referida obra. Através da análise do conto e de trechos de outros do mesmo livro busca-se nesta pesquisa identificar a forma como o autor se reporta às questões referentes ao processo de modernização de uma sociedade periférica. Buscamos destacar os elementos do quadro sócio econômico uruguaio através dos quais Benedetti problematizou em seus escritos o momento vivido pelo país e a imagem mítica que a população construiu de si mesma. Ressaltamos ainda a ênfase dada nas narrativas ao processo de transição econômico, social e cultural que leva o Uruguai a configurar-se como um país homogeneamente constituído por uma massiva classe média. Esta nova classe social concentrada em Montevidéu, uma típica cidade moderna da periferia do capitalismo, aparece marcada por seus vínculos com a onipresente burocracia e pelo esvaziamento das relações sociais e dos valores. No que se refere ao marco teórico, retomaremos os conceitos de modernidade de Marshal Berman (Tudo que é sólido desmancha no ar, 1982) e Zygmunt Bauman (Modernidade líquida, 2005), e as contribuições de José Luis Romero para a história das sociedades urbanas da América Latina (Latinoamérica, la ciudad y las ideas, 2004).


http://noticias.cefet-rj.br/2009/08/25/ii-encontro-da-hispanidade-do-cefetrj-uned-nova-friburgo-america-latina-em-foco-lingua-literatura-artes-e-educacao/