quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Lendo Cesário Verde

Falar sobre o que se escreve é coisa pra ventríloquo. Não gosto de justificar o que escrevo, pois o texto faz isso sozinho, ou pelo menos deveria. Não há um pingo de pessimismo nele, mas agora somos meros espectadores das voltas que um texto pode dar. Se esse deu, bom, eu sei tanto quanto vocês.


Desencontro

Sentei-me, como de costume, do lado de fora
E daqui, de onde me encontro,
Não vejo nada. ¡Não passa nada!
Está tudo tão parado que eu tenho vontade de pensar em mim.
Como se eu estivesse doente.

Em mim e alheio a mim, me encontro.
Nessa busca que, ao acaso, comecei
Encontrei várias pessoas entre as quais eu estava,
Eventualmente.
Estava triste e feliz às vezes, mas na maioria das vezes
Eu estava alheio a mim

Levanto-me e olho em volta.
Vejo se há alguém de verdade por aqui.
¿Todos são de mentira?
Não há ninguém por aqui
Estou inevitavelmente, invariavelmente só.

Rio de janeiro, 05 de dezembro de 2006.

5 comentários:

Anônimo disse...

Agora eu também tenho meu flogue. =P

Abraços,
Joca

Anônimo disse...

Comentário clássico de bêbado, qual mais podia ser? =P

Arquivo-Arquivo disse...

Agora o jorge luís rocha tem um flogue

gabi disse...

Também não sou chegada em falar sobre o que escrevo...

mas vou falar sobre o teu... gostei

LeiToNciO disse...

Se falar perde a graça. Deixa a galera quebrar a cuca pra entender o texto...hehe =P