domingo, 23 de maio de 2010

é, postei

Soneto de Amor para ler no metrô nº 7

O pé quando afunda na lama
Levanta a trama de terra intocada
Que estava por muito escondida
Nos pormenores movediços da alma

Ai, pudera eu ter a sabedoria dos
Grandes, e esperar a hora exata
De tirar os pés, por muito atados,
Num jogo de vácuo que me prende e arrebata

Tem-se em vista o outono carioca
A sombra que se levanta sobre a cidade
E assola o vai-e-vem penetrante de pés

Que outrora lutavam por liberdade
Mas que agora, a essa idade, trocam
A luta por olhos mais cerrados.

Maricá, 12 de maio de 2010, onde não há metro.

O sol seca a terra e o pé como
o metrô, fica embaixo da dela, afônico,
apertado e sem pressa.

3 comentários:

Wanessa disse...

Ontem eu entrei aqui e ia te dizer: "qto tempo vc ñ posta nada"...

Que poema hermético e polissêmico...ou então é só mesmo a minha cabeça q anda assim

Bea Machado disse...

Li e reli e a cada vez que leio quero escrever uma coisa diferente. Da última vez que comentei, escrevi mais que o próprio texto. Mas de qualquer forma, escrevendo pouco ou não, eu gostei do que escreveu. Mostrou um Gabriel que eu ainda não conhecia...

Tute Braga disse...

Saudades de você!
=)

beijosss