Soneto de Amor para ler no metrô nº 7
O pé quando afunda na lama
Levanta a trama de terra intocada
Que estava por muito escondida
Nos pormenores movediços da alma
Ai, pudera eu ter a sabedoria dos
Grandes, e esperar a hora exata
De tirar os pés, por muito atados,
Num jogo de vácuo que me prende e arrebata
Tem-se em vista o outono carioca
A sombra que se levanta sobre a cidade
E assola o vai-e-vem penetrante de pés
Que outrora lutavam por liberdade
Mas que agora, a essa idade, trocam
A luta por olhos mais cerrados.
Maricá, 12 de maio de 2010, onde não há metro.
O sol seca a terra e o pé como
o metrô, fica embaixo da dela, afônico,
apertado e sem pressa.
3 comentários:
Ontem eu entrei aqui e ia te dizer: "qto tempo vc ñ posta nada"...
Que poema hermético e polissêmico...ou então é só mesmo a minha cabeça q anda assim
Li e reli e a cada vez que leio quero escrever uma coisa diferente. Da última vez que comentei, escrevi mais que o próprio texto. Mas de qualquer forma, escrevendo pouco ou não, eu gostei do que escreveu. Mostrou um Gabriel que eu ainda não conhecia...
Saudades de você!
=)
beijosss
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